segunda-feira, 25 de junho de 2007

A Escola de Dança do Conservatório Nacional

A vida numa escola de dança não é o que parece. Os pais adoram ter a menina no conservatório. Parece tão fácil, é tão ágil e doce. Mas que vonito: concordam.
Tudo começa nas inocentes audições. A revista dizia ser a única escola integrada do país: académico e artístico. A única que forma bailarinos profissionais.
É para o início de Junho que se agendam os testes e durante três dias, cerca de 90 crianças, entre os 9 e os 10, vivem grandes momentos de tensão. O brotar da vida artística não se apresenta fácil, tendo em conta que apenas, cerca de, 20 conseguirão vaga.
As experientes devem levar maillot e sapatilhas de meia-ponta, os outros podem usar um fato de banho. Quarenta-e-cinco minutos antes da Isabel (professora de Notação e Movimento) chamar as meninas, as auto-designadas experientes, já estenderam no chão da sala de convívio a toalha de praia e aquecem arduamente, para além do material adequado trazem também florzinhas cor-de-rosa nas tranças.
Entrámos 23 no ano de 1996.
Primeiro ano (do artístico), ou quinto (do académico), como lhe quiserem chamar, a coisa até nem parece má, pelo menos no primeiro período, apesar da maioria dos professores do artístico se esquecerem que lidam com crianças. Clássico, Música, Expressão Dramática, Danças Tradicionais são as disciplinas do artístico para o primeiro ano.
O Clássico é o mais exigente até ao fim dos oito anos. 1h30 ou 2h diárias. Começava com exercícios de chão, depois passávamos para a barra, ainda vinha o centro, os saltos e as diagonais e finalmente acabávamos com révérence. Encolhe a barriga, os pés sempre andorre, joelhos para fora, repete o exercício, repete o movimento mil vezes até doer, e talvez sair bem. "Não te distraias, Vilma, decoraste os exercícios todos? Outra vez os joelhos para dentro? Ainda ontem disse que eram para fora, como é que hoje já não te lembras?"
Todos os dias: acordar às 6h30, apanhar o comboio(as vezes tinha sorte e ia de carro) 8h30 já estava no estúdio com o penteado pronto e o aquecimento feito. "Hoje são os braços, parecem paus, o polegar sempre espetado. Mas vais pedir boleia é? Fazes me perder tempo! O quê, estás a chorar? Pois, deves estar zangada contigo! Vai lavar a cara e repete 3 vezes ou 4! MENINAS, do início!" No fim da aula encontramos as mais velhas, estão a chorar no balneário porque a professora Nika diz que as pernas delas parecem presuntos de porcos. "Estão gordas, gordíssimas, balofas!" Anorexia: até parece que já não basta a minha amiga Francisca do primeiro ano. 10 anos e 18 kg. Vamos ver a aula de Clássico dos rapazes do décimo ano, comandada pelo Jorge Garcia "Abine! Olha para as tuas pernas no espelho! Pareces uma puta!"
No sétimo ano a Francisca já tinha sido internada, já aprendíamos Moderno, Danças de Carácter e Sapateado e ao Clássico juntaram as sapatilhas de pontas.
As pontas eram de gesso, faziam bolhas de pus ou de sangue. As malditas collants, cor-de-rosa, como sempre, colavam-se aos dedos, e agora para descolar? Os pés enrolados em algodão, o joanete a crescer e as marcas das bolhas para o resto da vida.
20h. Fim das aulas. Cansada? Qual quê? Trabalhos de casa de Inglês, teste de Matemática amanhã.
Nono ano, tudo indicava que nos calhava a boazinha, mas afinal ficamos com a nazi que não tinha sobrancelhas, não sabia falar português correcto e quando não pintava a cara parecia uma morta-viva. "Vocês fazem-me lembrar a morte" O Fim da primeira aula resultou num choro comum. Consolávamo-nos umas às outras. A técnica agora era outra: a russa(apesar da Ulerik ser alemã). As coxas aumentavam para o dobro, os gémeos triplicaram! "Um bailarino não se queixa!"
Chega! cinco anos de uma vida sem vida. É preciso amar, não chega gostar. Ponto final, ainda que não seja parágrafo.

26 comentários:

r4 disse...

Glup!

Anónimo disse...

Nao consegui resistir, e tenho mesmo que comentar. A minha mae inscreveume no conservatorio mesmo sabendo que eu nao queria; fiz a audiçao e entrei. Todos os dias as 6 da manha ja eu estava acordada a espera da minha mae para me levar ao comboio. A minha primeira professora, foi a Nika, foi horrivel, nao havia um dia que nao chegasse a casa transtornada entao a minha mae resolveu marcar uma reuniao com essa professora "eu nao posso serrar as pernas a sua filha, sao muito magras, e fica feio ver umas pernas assim". Passei para o segundo ano com 3 a TDC, encontrei uma professora melhor, luisa vendrel, ao menos ela apoiava-nos na nossa luta diária, fui para o terceiro ano muito descontraida quando caí em mim estava nas mãos da professora Sofia; a tipica professora que dizia sempre que estava optimo e para exemplificar as outras miudas da turma, mas que no fim do ano nao me levou a exame. A fustraçao foi muita, mas a vida ca fora foi como entrar para o quinto ano outra vez mas noutro mundo complectamente diferente fora de competiçao e de boquinhas todos os dias. Nesse verao que sai do conservatorio fui admitida na royal ballet school em londres e tive a decencia de me gabar disso mesmo na cara dessa professorazeca, Sofia. Mais tarde fiz um curso de ballet com o professor Marc que gostou imensso de mim, e muito sinceramente dentro dos professores do artistico naquela escola, para mim é a melhor pessoa que la esta. Tentou levar-me para uma companhia em londres, para ficar a viver la, mas nao, era demasiado nova para isso (segundo a mnha mae) e entao o professor marc tentou de tudo para eu voltar para o conservatorio, falando inclusivamente com o professor Carneiro, a unica alternativa que me deram, era sim muito bem podia voltar mas teria que repetir todo o setimo ano novamente. Nem pensar, podia ser miuda mas o meu orgulho nunca se ia rebaixar a tal ponto, entao prossegui a minha vida cá fora. Hoje sou manequim por ter umas pernas tao perfeitas para tal (segundo a Nika, eram horriveis e nunca iria ser ninguem com umas pernas assim). Faço questao de ver as oficinas sempre que posso, so para poder irritar todos aqueles professores que me espizenharam e que agora, me veem no topo, noutra dimençao.
O teu texto esta extraordinario ;)

bilma disse...

Nadine
Não me lembro de ti no conservatório. Provavelmente és mais velha que eu, e nunca nos encontramos. Eu tenho 21 anos e agora estudo História. Saí do conservatório no quinto ano de dança, por opção.
Se voltares a passar pelo nosso blog talvez nos possas dizer como é que o encontraste. Suponho que não tenhas um blog pois não tens um perfil.

Anónimo disse...

Sou uma professora da escola (de técnica)e gostei muito de ler o teu texto.É uma pena que a dança ainda seja tranmitida dessa forma por alguns colegas meus.Dança acima de tudo tem de ser prazer!!!
Tem de ser tranmitida com prazer!!!
Fico contente que contráriamente á Nadine não tenhas ficado traumatizada nem pouco inteligente.Continua assim!!

bilma disse...

Muito obrigada por comentar, professora. Gostava muito de saber quem é, se quiser pode mandar-me um e-mail para vilmaferrao@gmail.com. Sendo a escola um meio tão pequeno talvez tenha sido minha professora....

Anónimo disse...

Olá
Encontrei este blog por acaso e que grande lição me deu.
Também eu sou uma mãe que quase obrigou a filha a entrar para o conservatório. Fazia aulas de Ballet desde os três anos e achei que era o percurso correcto.
Entrou este ano.Está a adorar a escola mas as aulas de TDC com a prof.Nika estão a ser uma tortura, ou é porque não trabalha,ou são os braços,porque não se concentra.É uma exelente aluna no académico e nas outras áreas artisticas mas a TDC ... Na última reunião que tive com a prof.Nika fiquei com a sensação que a minha filha já pertencia às destinadas para sair.Agora vivo com a angústia de ter de explicar a uma miúda de 10 anos que provavelmente vai ser "excluida" como tanto gostam de pôr nas pautas finais.Como pude castigar uma criança de 10 anos desta forma.

bilma disse...

Cara mãe que quase obrigou a filha a entrar para o conservatório, não se torture que não vale a pena. Apesar de tudo eu não me arrependo dos anos que passei no conservatório. Por um lado é uma forma de crescer e de nos tornarmos maduras, ainda que não da forma mais saudável, é certo. Eu acredito, que em todas as experiências más há sempre algo de bom e útil para a vida adulta, que nos molda e nos torna mais sensíveis.
E se eu tivesse de classificar a minha passagem no conservatório como boa ou má......ainda não saberia responder.

Anónimo disse...

Bilma,
Cada vez te admiro mais!!!!
Escrevo com uma enorme tristeza e desilusão com o que se passa neste momento na nossa escola......e....o pior está para vir!!!!
Como se pode transmitir arte e dar espaço ás emoções com uma (nova) direcção prepotente, intolerante,onde não existe o respeito....enfim.....estou de luto!!!!

bilma disse...

Muito Obrigada.
Sim, apesar de estar muito afastada da escola ainda consigo lembrar a opressão e inflexibilidade. Espaço para as emoções, concordo, era raro. Mas cabe a quem ainda (e eu imagino que seja difícil) consegue perceber quais são as necessidades dos alunos, fazer a diferença. Ainda que seja só com um pequeno grupo, num tempo que escasseia, é muito importante e com certeza lembrado pelos alunos.

Anónimo disse...

Cara Bilma
Obrigada pelas suas palavras.
Realmente da parte dos alunos e mesmo dos mais pequenos,ninguem sabe o que esperar desta nova direcção dirigida por um senhor arrogante e prepotente da "velha escola".

Anónimo disse...

Ola...eu só queria dizer que eu ando no conservatório e que stava a ler o texto e acho que é preciso amar o que se faz por se nao se ama nao vale a pena. Todos os esforços exigidos pelo conservatório têm uma finalidade no futuro.A EDCN não cria só bailarinos cria pessoas pois temos de passar por dificuldades que nos vao fazendo crescer. Dançar nao é o que eu faço é o que eu sou...e eu digo sinceramente se eu quisesse sair da escola ja tinha SAIDO à muito tempo..mas tive força e continuei e vou continuar a lutar pelo que quero..vale a pena todos os esforços todas as zangas, as dificuldades, os professores, tudo...!
apesar das notas injustas ou não o que interessa mesmo é aquilo que nós valemos. e pronto é a minha opinião. nao é pa quem pode é pa quem quer!. e pode claro.
Obrigado, carlota

bilma disse...

Se és feliz é o que interessa. Eu não estava, por isso saí. O texto é dotado de uma certa ironia que talvez não tenhas percebido, mas não faz mal.
Concordo contigo, é para quem quer. Muito sinceramente desejo que consigas atingir o teu objectivo.
Boa sorte Carlota.

Anónimo disse...

Olá Bilma
Volto ao teu cantinho.
Ufa!
O ano lectivo está a chegar ao fim. Houve de tudo. A miúda já não tem dedos de tanto os roer.
Chora quando tem boas notas (excelente), chora quando tem más notas(digo Bom).Autêntico terror psicológico.
Ajuda a crescer? Torna-nos fortes?Pode ser. Mas como e a que preço?
Não sei se há estrutura psicológica para mais um ano disto.
Beijos

Anónimo disse...

Terror psicológico é mesmo isso, é como ele gosta que a escola viva e seja...para os alunos, professores, todos!
Que tristeza, recuamos cada vez mais no tempo, anulamos cada vez mais sentimentos...Que raio de educação é esta? Onde está a ARTE?!

Maria Cabrita disse...

Adorei! Senti alguma das coisas que sentiste. Sempre levei com muita leveza e acho que para se ultrapassar tudo saudavelmente assim o tem de ser. Hoje, estou a estudar Biologia Marinha (estou a adorar) e posso dizer que o conservatório foi essencial para o meu sucesso no curso. A coisa que mais me custou e que mesmo assim os meus pais não o deixaram acontecer era a pouca liberdade que nos davam, isto porque quase não nos deixavam ir a audições (nunca nos conseguiram proibir), mas depois no fim estão-se a cagar, literalmente, para se arranjas ou não trabalho. Eu não tive essa resposta do conservatório durante um bocadinho de tempo, até me quiseram ajudar. É incrível como é que depois de sairmos dali só interessam os que estão em grandes companhias! E ainda são capazes de dizer: "Eles andaram aqui"! O que é isto?
Eram tão bom que TU, que fazes parte do conservatório e que proíbes raparigas de comerem um bolo como eu já assisti, lesses isto. Quem aí ensina tente por um dia por-se no lugar desses meninos de 10, 11, 12, 13 sonham com um palco todas as noites. E aí vão ver o mal que conseguem dormir.
Sim, a mim ajudou-me, mas nem toda a gente é igual... nem toda a gente leva as coisas da mesma maneira.
Meninas e Meninos que andam no conservatório não pensem que a dança é a única coisa na vida! Há tanta coisa aqui fora, coisas lindas! Isso é um bocadinho da vossa vida e que aposto que vos vai ensinar muita coisa, mas se por acaso não resultar há um Mundo muito mais preenchido do que esse Mundinho onde vocês vivem. Conheçam outras pessoas, que não as daí, outras realidades. Não deixem que eles voz fechem os olhos como burros e que no fim vos larguem aos leões. A dança é linda quando é levada saudavelmente, física e psicologicamente. FORÇA MENINOS E MENINAS!!! :)

francisca disse...

Olá Vilma! Olá Maria! Encontrei-vos no face e vi como estão felizes neste MUNDO fora conservatório. Lembro-me de vocês com ternura e da dança com a doçura de uma criança de 10 anos encantada com um mundo novo e belo(não tinha feito dança antes, só um mês de preparação com a Fernanda Mafra).Os meus sentidos ficaram marcados pela casa, mas também a minha alma. Tive que desistir, como sabem, ao ser internada com anorexia. A anorexia é um mundo exigente e rígido, como o conservatório, mas nada belo. Em vez de te abrir para esse MUNDO de que fala a Maria, feicha-te numa caixinha pequenina, sufocante, onde só existes tu e só tu. O oxigénio está a acabar, mas tu não consegues abrir a caixa porque ali, naquele sufoco vazio, sentes-te segura. Vilma o que escreves-te não me admirou. Eu, apesar de não pensar que a anorexia foi consequência do conservatório, penso ter sido como uma chave que me permitiu abrir a porta da cave. Tenho saudades de cada uma de vocês, da Gabriela (apesar de alguém me contar que ela o decepcionou mais tarde), dos largos estúdios iluminados, dos pianos a marcarem os tempos e das pontas a dançarem. Mas, a distância que percorri em mim foi grande, muitas vezes em circulo, descendo bem lá em abaixo. Só agora, pouco a pouco, desenterro os fantasmas incrustados em mim, começo a olhá-los a conhecê-los e talvez um dia consiga viver bem com eles neste MUNDO tão grande e tão cheio.
Francisca Alves Diogo

bilma disse...

Querida Francisca,

ainda bem que não te zangaste por eu ter escrito o teu nome no post.

Só tu podes saber o que impulsionou a anorexia em ti. O que eu queria dizer, era que a forma como se dizem as coisas a crianças e adolescentes, que muitas vezes se sentem inseguros e sabem pouco de si próprios, é perigoso. Em vez de dizerem que temos presuntos de porcos falamos sobre alimentação equilibrada, consciencializamos os pais...sei lá. E se nunca tivesses ouvido umas certas barbaridades talvez nunca tivesses encontrado essa maldita chave da cave.

E sim, depois de crescer e tomar consciência do que é, ou do que foi, a minha experiência no conservatório fiquei bastante desiludida com a Gabriela. Eu gostava dela até perceber a qualidade dos insultos que ouvi da boca dela. Um bom professor não joga jogos perversos, desequilibrados onde sabe que vai ganhar. Não intimida, nem ameaça os alunos, com bocas idiotas. E atenção, por favor, que não se confunda exigência com o método do terror. Eu pergunto-me como é que esses professores chegam a casa, deitam a cabeça na almofada e dormem descasados.

Eu não queria ser tão explícita, mas…

O que acho é que a vida é curta demais para nos lamentarmos. O que passou, passou e agora temos é de viver com as nossas experiências más e tirar delas qualquer coisa de útil.

Anónimo disse...

Bora viver as experiências boas da vida Vilma e todo o resto de pessoas que o merecem!

Anónimo disse...

Este último anónimo era eu, enganei-me neste "complexo" processo. BEIJO GRANDE Francisca BOM ANO!

João disse...

Um texto maravilhoso! Amei ler o que escreveste, embora me custe pensar no que passaste e no que muitas raparigas e rapazes passam.

Não danço Ballet, nem nunca integrei no Conservatório, nem nada disso. Tenho dança como hoobbie e practico danças de salão, não ballet. De qualquer das formas, adorei a maneira como escreveste e expressaste a tua experiência de vida.

E pessoalmente acho que a dança nunca deve ser levada a esses extremos. Deve ser vivida com alegria, satisfação e paz de espírito. Mas atenção, isto é a minha opinião. :D

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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Tânia Martins disse...

uau... acho que as experiencias que descreves foram um pouco transversais a todas nós (embora tenha tido a sorte de nunca ter apanhado a russa :D). Quando referes o Abine sei que estivemos no conservatório por volta da mesma altura... parabéns pelo texto! muito bom!

Anónimo disse...

Encontrei o teu blog por acaso e não resisti em comentar.

Eu como bailarina profissional de grandes companhia da Europa e ter estudado em uma das melhores escolas de ballet da Alemanha tenho somente que te dizer que tudo o que escreveste é a realidade e digo mais, uma realidade ainda boa para as meninas do conservatório. Já vi e passei por piores.

Aliás, tudo o que descreveste não é nem 1/3 da preparação emocional e física para uma bailarina profissional sofre em nome às oportunidades de fazer parte de companhias de grande nome .

É realmente uma pena que meninas e meninos tenham que passar por isso, mas neste o ritmo, a seleção ocorre naturalmente. O ballet a partir de um certo nível não é só para quem quer "fazer o ballet" , é para quem pode fisicamente, mentalmente e artisticamente. Julgo que seja uma das mais difíceis profissões. Deixa marcas eternas na vida de uma pessoa, tanto positivas ou negativas.

Espero que as tuas cicatrizes já estejam curadas e que tenhas absorvido com êxito as partes positivas que uma educação do gênero pode oferecer à um ser humano em todas as áreas da vida.

Boa sorte!

ps.: não me contive, mas não é "pés andorre" é en dehors. Andorre é Andorra em francês...

Anónimo disse...

Eu queria entrar no conservatorio mas a minha mãe disse que só posso entrar lá no décimo ano. Não tenho formação nenhuma em dança mas queria entrar no conservatório . A minha mãe diz que não é possível realizar o mu sonho porque diz que já vou tarde de mais. Queria seguir a vida da dança até os meus estados de saúde ja não deixarem isso acontecer. É muito difiil entrar no decimo ano? E o que eu faço além de ter aulas de danca dutante estes proximos 4 anos?

Anónimo disse...

Infelizmente a EDCN é ainda considerada a escola de referência no que toca à dança, basicamente por uma questão de monopólio e pelo ensino oficial destas artes ser negligenciado, mas essencialmente é uma escola que privilegia a técnica de ballet e pela forma que tratam os alunos, acreditem que muitos deixem o seu sonho pelo caminho por os fazerem acreditar que não são suficientemente bons. É preciso ensinar pelo reforço positivo, e ali ensina-se pela humilhação, pela falta de respeito, tratam-se as crianças com uma violência psicológica que sendo normal na Rússia, já é pre-histórica no que toca a métodos pedagógicos. Numa escola de dança deviam dar-se asas aos sonhos dos pequeninos que vão para lá fazer um esforço que quem está fora nem imagina, não deviam matar-se sonhos à nascença.

A EDCN precisa de tudo novo: instalações novas, estruturas de apoio aos alunos novas, ensino novo, mentalidade nova.