sexta-feira, 13 de julho de 2007

Hip Hop Kemp.cz VS Splash Festival.d

Ambos festivais de Hip Hop. A mesma mensagem, a mesma velha máxima: peace, love...yo! Os cartazes deste ano até nem diferem muito, quem toca na Alemanha toca na Republica Checa, mas todos os artistas sabem que não é a mesma coisa. Choviam os comentários: não existe melhor ambiente que no Hip Hop Kemp. Nunca dei muita importância, realmente sentia-me muito bem com a minha cor naquele lugar, como nunca (para alem da minha casa, e a presença de algumas pessoas), mas achei que seria normal dado o internacionalismo da coisa e todos aqueles afro-americanos ou afro-europeus.
Achei que a mensagem e os emissores do Hip Hop atraíssem apenas pessoas não racistas e não nacionalistas. Bem sei que as vezes aquela história do amor é um pouco falsa, dado o passado ou até mesmo o presente dos artistas, mas nos dois anos de 2005 e 2006 em que estive presente no Hip Hop Kemp na Republica Checa tive oportunidade de sentir o ambiente. E sim, é mesmo verdade, ha amor entre as pessoas, amizade e entreajuda. Não ouvi um único comentário a estrangeiros ou a pretos, pelo contrario.
No entanto, na Alemanha vê-se mais pretos, árabes ou indianos do que na Republica Checa, e como consequência mais casais mistos. Pensei que esta fosse uma boa razão para que o ambiente fosse tão bom ou melhor no Splash Festival, mas não é.
Ninguém fala inglês, excepto claro, as repetições impostas pelos rappers " say i love hip hop" ao que eles respondem "i love hip hop", mil vezes, mas poucos devem ser aqueles que sentem.
Estava eu no dito Splash Festival a ver uns cd´s nas barraquinhas das editoras quando um rapaz se aproxima de mim a falar em Alemão. Eu digo " sorry, i dont speak german" e então ele começa a falar em inglês, diz qualquer coisa que eu não percebo, e depois diz em inglês " se não falas alemão, se não és alemã, então o que fazes na Alemanha?". Senti-me tão mal que nem sabia o que dizer. Como ele estava todo bêbado ou sei la o que, eu continuei a ver os cd´s, mas ele não se calou e disse " if you dont want a conversation with me i fuck you! Bitch!" e foi-se embora. Eu fiquei ali feita parva a olhar para os cd´s. Senti-me corar, juro. Estava tão envergonhada que era visível na minha cara, por isso o homem da barraca disse "sorry about that". Sorri estupidamente e fui me embora.
Durante o tempo que la estive foram vários os comentários nacionalistas, em inglês note-se: "speak german", "what are you saying? i dont understand you", para mim ou para os artistas.
O Hitler esta vivo nos corações deles. São tão nacionalistas e intolerantes. Senti hostilidade e frieza.
Apesar de tudo The Roots foi lindo. Questlove!

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